Superfície
O chão. Sempre o mesmo. Teimo em fixá-lo a cada dia que passa. A cabeça pesa, sabem? Mas não deixa de ser fascinante... Fascinante na forma como todos os dias é pisado por pessoas diferentes, com pensamentos diferentes e aleatórios, ou até mesmo com a ronha cerebral madrugadora ou alucinada. Questiono quem pisou por onde eu agora piso. Questiono-me, por quem me cruzei e não me apercebi. As vidas que eu falhei ver. As inspirações que me passaram ao lado. Os olhares cruzados e as paixões instantâneas que fazem espreitar por cima do ombro, só para ter mais um segundo daquela adrenalina. Ai... quem me dera uma cabeça leve. Se não leve, permite-me apenas que seja descansada.