Amanhã é 25 de Dezem... Novembro.
Está a chegar o Natal. "Chegar". Falta um mês, para ser exata. Ainda falta muito tempo, mas a febre é tanta que parece impossível escapar a esta atmosfera. Começam as perguntas do estilo "O que queres para o Natal?" ou " Já pensaste no que vais pedir?". O que eu quero para o Natal... Que importa isso? Eu não quero nada no Natal que não queira o resto do ano. E o que eu quero para a minha vida? Não devia ser uma pergunta feita mais vezes do que essa? Porque é que as pessoas só se importam com o que eu quero, no Natal? E porque é que eu só posso pedir no Natal, já que se pedir no resto do ano parece puro capricho de uma rapariga mimada? "Ah mas podes pedir no teu aniversário"... Pois. Duas vezes por ano em que peço. Mas eu não quero pedir. Não quero ter de pedir. As minhas necessidades são maiores do que aqueles meros impulsos superficiais que sinto ao passar na montra de uma loja. O que realmente quero, não pode ser dado. Não assim, muito menos no Natal. Vão haver correrias para todo o lado. Pessoas stressadas com o que vão comprar, e ainda mais stressadas pelo que não compram. Ou porque não encontram, ou porque não podem... Mas ainda assim, stressadas. Não entendo. Ah!, e também vão haver os encontros familiares. Também conhecidos por "fretes". É uma reunião de pessoas que pouco ou nada se relacionam umas com as outras à excepção daquela altura e a entrada é verificada pelo tamanho do sorriso e o padrão do embrulho. Falam, comem e riem todos juntos, para que ao final da noite quando estão no carro a caminho do sítio de onde vieram possam comentar tudo, desde os sapatos mal engraxados que a Maria Elisabete tinha levado, o quanto senhor Pedro engordou, por causa dos diabetes, o facto da Joana ser forreta e não dar nada a ninguém. Estes exemplos entre tantos. Mas o que não se sabe ou não se fala dentro do carro, é que a Maria Elisabete guarda aqueles sapatinhos na caixa o ano todo e só os tira em ocasiões especiais, porque custaram mais uns trocos do que deviam naquela altura em que ainda os podia comprar; o facto do senhor Pedro ter engordado tanto devido à depressão que sentia sem ninguém saber, por causa dos filhos e netos não lhe ligarem há 2 meses (mas vão-se lembrar no Natal!); a Joana, tão forreta, que também tem que ir para o estrangeiro em Janeiro porque aqui só encontra portas fechadas.
Somos todos uma cambada de felizes realizados! Está tudo bem e tudo tão bonito! Luzinhas em todo o lado!... Viva o Natal! Ah espera... Falta um mês.
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