Ponto de situação.
Tenho vinte anos. A minha pele já está desgastada pelo tabaco e a minha barriga acusa os litros de cerveja consumidos. Estou num curso que me desiludiu e as minhas notas são o descalabro total. Deixei o amor da minha vida de lado para me concentrar em mim própria e acabei por me perder ainda mais. Sou uma pessoa orgulhosa. Neste momento são cinco da manhã e impressionante como passado quase um ano e meio, ainda estou quase a acorrentar-me para não lhe ligar a dizer que sinto saudades. Se a minha querida Avó Alda fosse viva, ai o quanto ela me ralharia. A minha cadela apercebe-se do peso que trago e enrosca-se ainda mais a mim. Numa tentativa de deixar o passado para trás, recriei-me por fora mas ainda assim parece que tudo se resume àquela madeixa de cabelo que teima em não ficar atrás da orelha. As pessoas que eu julgava serem minhas amigas revelaram-se alienadas pela minha própria natureza. Esperava também, ao entrar na universidade, sentir o rodeio de pessoas inspiradoras e mente aberta; enganei-me. Essas pessoas conto-as pelos dedos das mãos e encaro agora a universidade apenas como uma espécie de reality show, o "Liceu Sem Limites". Apercebi-me que algumas pessoas, se não a maioria delas, não crescem, simplesmente limitam-se. Limitam-se a regras, hábitos conformacionais e\ou confortáveis, opiniões alheias, visões curtas e pré-formatadas... Qualquer coisa fora destes limites e padrões tornou-se, de alguma forma, inaceitável, mesmo que já o tenham feito outrora com toda a convicção do mundo.
Para concluir este ponto de situação, que já me estou a alongar no desabafo, a minha vida está ainda sob construção; e por mais frustração que isso me cause, sei que eventualmente tudo fará sentido.
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