Previsões: meteorologia e tempo.
As pessoas são temporárias. Não entendo porque esperei que ficasses para sempre. Não percebo porque esperei que sentisse algo mais de ti, depois de desapareceres. As últimas palavras que ouviste sair da minha boca num tom de súplica foi um "eu ainda preciso de ti". Mudou tanto desde que partiste. Ainda hoje evito pensar em ti. Nas veias que te pintavam a pele, com sangue cansado de ser empurrado. Nas rugas que delineavam um padrão tão típico e inconfundível na beleza que eras tu. Os óculos que realçavam a alegria acriançada quando eu aparecia na esquina da rua, para irmos apanhar morangos ao teu jardim. Tinhas tantos detalhes magníficos que eu adorava admirar em silêncio. E agora... Saber que só os posso recordar, com as falhas e eufemismos que a memória me impõe, revolta-me. Revolta-me saber que a minha tendência é romantizar tragicamente o passado. E revolta-me ainda mais saber que a imagem que trago de ti, nunca fará jus à criatura maravilhosa que eras.
Não sei falar disto sem sentir dor na garganta; aquele nó aperta-me tanto que fico sem noção. Parece que foi ontem que nem te reconheci; pálida, de olhos pequenos e fechados... Não te reconheci sem um sorriso. Quem eras tu? Onde estavas? E quem era aquela gente toda, à tua, à nossa volta? "Sanguessugas", foi o que eu pensei. A minha vontade era ter corrido tudo fora dali e voltar a abraçar-te até que abrisses os olhos. Voltar a sentir a fofura da tua pele quente e descaída, ouvir a tua risada enquanto te contava os meus segredos. Sentir cada palavra tua cravada a ferro quente na minha consciência cada vez que me repreendias. Eras a primeira a perceber quando a arte de escrever não bastava para descansar a minha alma e a minha mente perturbada. Quando te perdi, meu mundo desabou. Não soube mais para onde me virar. Ainda hoje não sei e já passou tanto tempo... A minha vontade sincera, é virar-me para o mesmo lado que o teu. Sou uma tempestade prestes a rebentar, sou um rio de saudade prestes a transbordar. Agora os domingos podem ser de sol e eu só sei chover.
Resumindo por alto, por Alda, eu sou temporal e tu intemporal.
Resumindo por alto, por Alda, eu sou temporal e tu intemporal.
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