Cinzas

Há um tom cinzento
dentro da minha cabeça,
Em mais nada vejo poesia,
Nada.

O cinzeiro, a coberta,
esta madeira, esta planta,
o céu, o corredor,
tudo parece dormir.

Que realidade é esta,
nada está como estava.
Há um ano atrás, lembras-te?
Como tu te maltrataste.

Como este poema é nojento.
O clima, é nojento;
Então o cigarro...
E eu.

Eu sou nojenta.
E ele não gosta nada disto.
Sabe que eu sei até
escrever coisas bonitas.

Mas não quero.
Não gosto.
Deixa-me mal disposta.

Ugh.

Este poema não passa
de meras palavras
de quem se perdeu
Em cinzas e águas turvas

Derramei todo este tempo,
Aceitei a dor de ser péssima
poeta, mulher, amante,
fumante, estudante e humana.

Este poema não tem nexo,
Se é real, eu não sei.
Não sei mesmo, confesso.
Senti e aproveitei.

Tudo isto porque o tempo
Tem sido cinza.
Adoro cinza.
Desejo todo o dia cinza.

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