A última águia voava, com a presa nas garras, em círculos no topo daquela montanha. Cá em baixo, a mancha vermelha no meu vestido púrpura dá-me o crédito. Ninguém acreditou que eu seria capaz de dar o meu coração aos ventos. Nunca ninguém acreditou na forma como a minha alma corria sobre a ferocidade das ondas. Mas eu esmaguei toda e qualquer aspiração de falhanço que me foi lançada, atirei-me do precipício e aprendi a voar. Só que ainda assim parece que me vem morder os calcanhares, não me deixa subir, sair do buraco em que caí, todo o esforço submetido e todas as palavras gastas em branco estão ainda presas na garganta, sem sítio para serem postas.
Eu vou recomeçar onde fiquei perdida, vou continuar a escrever o que está para ser escrito e vou escrever aquilo que está bem, vou continuar a pintar todas as rochas que encontrar no meu caminho e com elas vou fazer uma casinha no arco íris, onde só chegam os fortes de coração, os corajosos de imaginação e os livres de espírito.
Comentários
Enviar um comentário
I like you a lottle. It's like a little, except a lot. Be nice :3